Providências da ASPAS sobre as barragens situadas em Nova Lima

Desde o dia 25 de janeiro, quando ocorreu o crime ambiental que vitimou centenas de pessoas em Brumadinho, a ASPAS intensificou as medidas que visam proteger o nosso condomínio e região do possível rompimento das barragens Capão da Serra, Mar Azul e Mutuca, sediadas no território de Nova Lima. A providência mais recente foi a reunião com o superintendente do Ibama em Minas, engenheiro Júlio Grillo, ocorrida no dia 9 de fevereiro, na sede da Associação.

O engenheiro, que há 30 anos estuda as mais de 700 barragens existentes em Minas Gerais, afirmou categoricamente que nenhuma delas é totalmente segura. Embora possam estar estáveis, não há garantia de que elas sejam, de fato, estáveis. Isso significa que qualquer alteração estrutural ou ambiental pode desencadear rompimentos com proporções gravíssimas.

Embora Júlio Grillo seja superintendente do Ibama, ele compareceu ao encontro, do qual também participaram representantes de movimentos organizados de Macacos, Parque do Engenho e Arvoredo, como militante ambiental, não fazendo parte, portanto, da agenda oficial dos eventos do órgão.

Situação da barragem Capão da Serra

A Barragem Capão da Serra, que afeta diretamente o Pasargada, tem risco baixo, pois é de clarificação, não recebendo, diretamente, os rejeitos da Mina Tamanduá. Mas, ainda assim, tem potencial de dano alto, como tinha a barragem do Córrego de Feijão, em Brumadinho, justificando a preocupação das comunidades vizinhas.

Ao esclarecer as dúvidas dos associados, Júlio Grillo defendeu a contratação de uma auditoria independente para analisar a real situação das barragens, providência que já está sendo tomada pela ASPAS. Segundo a diretora Flávia Stortini, a Associação está aguardando a chegada dos orçamentos solicitados às empresas especializadas para definir a melhor forma de contratação do serviço.

A ASPAS também já entrou com pedido judicial na ação civil pública movida pelo Ministério Público para que a barragem Capão da Serra passe a integrar a lista das que serão descomissionadas.

À Vale e à Defesa Civil, a Associação solicitou um documento oficial com o diagnóstico da real situação das barragens, o plano de monitoramento e o plano emergencial em caso de rompimento.

União de esforços

As barragens Mar Azul e Mutuca estão sendo inseridas nas providências adotadas pela ASPAS porque, embora não afetem diretamente o Pasargada, oferecem risco real às comunidades de São Sebastião das Águas Claras, a quem, também, devemos proteger.

A ASPAS está participando de uma série de fóruns das comunidades e movimentos ambientalistas, visando a convergência das ações. Vamos convocar, oficialmente, representantes dos movimentos sociais vizinhos para identificar as medidas tomadas até o momento e unir forças para o enfrentamento conjunto do problema. A ideia é estabelecer comitês para tomar providências simultâneas em várias frentes, visando aumentar a assertividade das ações. O primeiro encontro deverá ocorrer em breve.

Reunião com a Vale

O próximo passo será uma reunião com representantes da Vale, na quinta-feira, dia 14 de fevereiro, às 19h30, na sede da ASPAS. A pauta será o esclarecimento dos questionamentos apresentados pela ASPAS em relação à situação das barragens. Os movimentos sociais locais também foram convidados.

O momento pede responsabilidade e comprometimento de todos. Muito se tem especulado sobre esse assunto, mas reiteramos que só devemos formar qualquer opinião depois de conhecer a realidade dos fatos e deliberar, juntos, sobre os melhores caminhos a percorrer.

Seguimos atentos, providentes e confiantes de que conseguiremos proteger nossa região desse tipo de tragédia. Contamos com a colaboração e participação de todos, reafirmando o nosso compromisso pelo bem-comum da nossa comunidade e da região. 


Flávia Stortini Cruz – presidente em exercício
ASPAS | Associação dos Proprietários de Pasárgada

 

 

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